Morais e Castro " O Homem Cultura "



Bem já que ninguém nos blogs e afins deste espaço cibernético se pronunciou sobre o desaparecimento de Morais e Castro , a Paradoxon Produções tem o dever e a obrigação de falar deste grande vulto da cultura portuguesa!


Actor experimental do Grupo Cénico do Centro 25 da Mocidade Portuguesa, enquanto estudante liceal. Estreia-se profissionalmente no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana na peça A Ilha do Tesouro (1956). Em 1958 estreia-se na televisão no O Rei Veado de Carlo Gozzi, realizado por Artur Ramos . Ainda no Teatro do Gerifalto, integrou o elenco de variadas peças, como O Fidalgo Aprendiz de Francisco Manuel de Alves ou Os Velhos Não Devem Namorar de Afonso Castellau . Em 1960 trabalha junto de Laura Alves . Em 1961 estreia-se na encenação, dirigindo no Cénico de Direito, O Borrão de Augusto Sobral , premiado no Festival de Teatro de Lyon desse ano. Estreia-se no cinema, com Pássaros de Asas Cortadas de Artur Ramos (1962).

Contracenou com os melhores actores da sua geração, como Armando Cortez, Carmen Dolores ou Ruy de Carvalho. Foram mais de 50 anos de carreira.

O seu trabalho na televisão também ficou conhecido, tendo participado em várias novelas e séries. Mais recentemente popularizou-se como professor na série «As Lições do Tonecas».

Era licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, pelo que também exerceu advocacia. Era um activo militante e dirigente do Partido Comunista Português, chegando a receber Álvaro Cunhal em casa de seus pais quando o histórico comunista fugiu do Forte de Peniche.

«Aos 12 anos, em casa dos meus pais, o meu tio Norberto chamou-me à parte e disse-me que estava lá um senhor que lutava para mudar o País, que ia conhecê-lo, mas que não podia falar em nada. Era o Abel, pseudónimo claro! Depois conheci o Pires Jorge, o Octávio Pato, o Joaquim Gomes, o Dias Coelho, o Sérgio Vilarigues, o Álvaro Cunhal... Aprendi muito. O Vilarigues dava-me na cabeça, porque os meus pais tinham-lhe dito que eu só lia revistas humorísticas e quadradinhos. Emprestou-me Subterrâneos da Liberdade», afirmou numa entrevista recente ao jornal «Avante».

«O mês em que o Álvaro esteve em muita casa foi fantástico. Tive a honra de lhe pintar o cabelo de louro antes de ele sair do País. Eu estava justamente a fazer a cadeira de Direito Colonial e um dia comentei com ele que os portugueses não eram tão racistas como os ingleses, os franceses ou os holandeses. E ele respondeu-me que isso acontecia por razões sexuais, porque a primeira coisa que os portugueses faziam quando desembarcavam era procurar mulheres. Não tinham medo das doenças, como os povos do Norte da Europa», recordou na altura.

Mais tarde, quando Cunhal já estava muito debilitado, leu uma sua declaração no 16º Congresso do PCP, que se realizou no Pavilhão Atlântico: «Foi uma grande honra. Depois de ter lido, telefonei-lhe a perguntar o que ele tinha achado: "Andaste a puxar os aplausos." Eu expliquei que não, que as palmas eram para ele e eu afastava-me para o lado. Depois parou e disse-me: "Estão aqui pessoas que assistiram a dizer que não, que não puxaste. Peço desculpa." Só um homem como ele!»

Considerava o Teatro Moderno de Lisboa a sua escola de teatro e dois anos após o seu final, uniu-se a Irene Cruz, João Lourenço e Rui Mendes para fundar o Grupo 4, que inaugurou o palco do Teatro Aberto, em Lisboa. “A câmara emprestou o direito de superfície para fazermos ali o teatro, pagávamos uma taxa”.

Se desde os anos 1980 foi figura regular na televisão, apesar de nela se ter estreado já em 1958 com a adaptação da peça O Rei Veado, o teatro nunca o deixou. Em 2004, dirigido por Joaquim Benite, interpretou O Fazedor de Teatro, de Thomas Bernard, com a Companhia de Teatro de Almada. O papel deu-lhe a Menção Honrosa Crítica e o director da Companhia de Teatro de Almada, Joaquim Benite, lembra-o como um actor “excepcional, de primeiro plano” cuja morte é “mais uma grande perda para o teatro português”.

" Fontes : diversas recolhidas em alguns sites dedicados à Cultura"


Fica a memória de um Homem da Cultura, advogado,actor,encenador,militante do PCP,e sobretudo um enorme vulto da cultura portuguesa e do Teatro Português em particular, espero sinceramente que se façam as homenagens que tem por direito !!!!!!


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